Wednesday, July 29, 2009
Tuesday, July 28, 2009
Estas coisas das coisas
Eu não sei como os dias se entrelaçam uns nos outros. Nem sei como as pessoas se cruzam entre elas. Não sei como em encontros e desencontros o tempo se consome. Às vezes eu sei que não sei nada de nada. Muitas vezes nem me importo. Algumas vezes preocupo-me. Chego até a sentir vergonha por vezes.
Mas este não saber inocentemente não inocente foca-me a vida e leva-me a vivê-la. Primeiro, fez-me correr atrás dos dias e a perseguir as noites; depois, fez-me saber que afinal nada nos foge, nem mesmo quando o queremos, e que tudo fica ali bem pertinho e à mão de semear. Às vezes só não sei como semear esse quê. Também não me pergunto. Não me atrevo a perguntar. Nem a mim nem a ninguém.
Em tempos eu também achava que sabia o que eram saudades. Hoje tenho certeza disso. Mesmo não sabendo como os dias se entrelaçam uns nos outros ou como as pessoas se cruzam entre si. E as saudades semearam-se não à mão de semear mas bem aqui dentro onde vivem.
Por isso, descruzei os braços esquecidos junto ao peito como se o acalentando e escrevi este desabafo ao lembrar-me de ti.
Summertime... the living is easy (so they say)
É juntar um centilitro de sumo de limão, três de sumo de laranja e outros três de sumo de ananás, mais três centilitros de sumo de pêra e outros três de sumo de alperce e ainda um centilitro de groselha. Um pouco de gelo. Fechar o shaker e agitar tudo muito bem. Tudo num copo bem fresco, uma pitada colorida de groselha e servir de imediato e bem fresco.
É uma viagem a S. Francisco no cocktail de cidade.
Friday, July 24, 2009
Quem não tem cão, "aprende" com gato
"Com mais seis meses de prevenção da gripe A, vamos tornar-nos um povo muito mais asseado."
Catalina Pestana (hoje, jornal Sol)
Ninho
É no colo que encontro a liberdade. No teu. Esse que me solta de constrangimentos e receios, que me fortalece e alimenta.
Monday, July 20, 2009
Sunday, July 19, 2009
Depois de António, João e Pedro...
As casas pintam-se para os arraiais de Agosto pelas mãos dos novos, que refilam mas vão fazendo, que bebem mas já não absorvem. Os mais velhos novos de outrora olham-nos pelo canto do olho no intervalo do carro que passa e, entre a nova equipa vermelha e a falta de dinheiro, soltam palavras que ninguém na verdade consegue perceber. Dois trocam galhardetes em Esperanto, esquecendo a Terra que os esqueceu a eles em reformas apertadas e jornadas de oito horas aos oitenta anos. Os jovens continuam a pintar e aprumam-se quando passam as miúdas casadoiras, mas já não levantam chapéus em tom de respeito. Talvez porque as mãos estão sujas. Talvez porque hoje já ninguém se preocupa com o sol ou com a elegância ou com o respeito. No chilrear dos pássaros passa a banda perfilada, soprando nos sopros e tangendo as peles da percussão, pedindo as esmolas para as fardas que o povo está financeiramente disposto a dar. Na salinha da capela as mulheres reúnem-se. Falam da vida e da morte e das comidas em Agosto para os bailes. Uma pede mais pimenta para puxar à pinga. O vinho a copo e a loura sempre se venderam bem. Outra requer braços para servir que os dela ainda do ano passado se lembram.
Só ainda ninguém falou dos santos e dos anjos que engalanados escutam do seu canto em sossego. Ninguém fala deles ainda. Porque ao chegar a Agosto tudo o mais é passado e só eles importam nos foguetes que rebentam, nas missas que se oram, nas emoções que deslizam pelos rostos e na paz que se sente por dentro.
Saturday, July 18, 2009
Conversa tarde na noite há dois dias atrás
Uma: Ainda não conseguiste acabar o artigo! Eh pá, boa sorte!
A outra: (atordoada de sono) Acho que não preciso só de sorte, amiga... Preciso de uma insónia!!!!
Thursday, July 16, 2009
Entre o ir e voltar
Sabem quando acordamos de manhã e parece que o mundo ainda dorme na sua plenitude?
Mas há sempre um autocarro para apanhar para algum lado. Há sempre algum sítio destinado. Há sempre um lugar onde chegar e um outro de onde se começa a partir.
E havemos sempre nós - aqueles que se voltam para o outro lado e apanham correndo a carris na paragem seguinte. E há quem fique a ver já da paragem de destino sem poder dizer coisa alguma.
Foi o que senti ontem. E é o que sei hoje.
Wednesday, July 15, 2009
Sunday, July 12, 2009
Duelos ao sol da tarde
As onze da manhã trouxeram o ruído dos carros que foram chegando, estacionando e se deixando estar ali na quietude da busca de alguma sombra. De dentro dos carros sairam índios, princesas, piratas, cowboys, aventureiros e moderados, na ansia de primeiro começar a correr pelo meio das ervas e das flores e de toda a Natureza que se agita ao adivinhar a sua presença. As onze da manhã trouxeram os adultos de ar cansado para mais uma reunião familiar em que as mulheres vão pondo e levantando a mesa e os homens vão chamando por elas quando se afastam na direcção da cozinha.
O meio do dia trouxe as entradas e de saída os peixes cheirosos de ervas finas, as batatas acompanhantes, as saladas coloridas e a fome roncando das barrigas que aguardam. Outros minutos mais adiantados trouxeram nas ondas das conversas agitadas a gulodice das sobremesas nos pudins, nas mousses, nas frutas banhadas em sumos naturais e iogurte e a vontade de provar até rebentar cada um deles.
O início da tarde trouxe a moleza e a vontade de nada fazer, as mulheres que se entreajudam e os homens que conversam em torno de uma garrafa de aguardente sob o aroma de café colombiano comprado em Portugal.
As sestas das crianças refrescaram o ambiente nos silêncios comprometedores e, de repente, da abertura das pestanas abriu a época da caça ao esconde-esconde e da apanha dos pães com doce e dos sumos da tia. Aos adultos trouxe a inactividade e aquele refilar popular pelas bolas que saltitando se aproximam ora das suas cabeças ora das janelas da habitação mais além.
Começa a cair a noite, o fogo é aceso e acende a energia de cada um. As crianças correm fugindo da sopa, refilando como se embrenhadas num poder determinado de decisão e feitas com as razões absurdas de quem se alimenta ainda de imaginação. Chegam à mesa os assados do barbecue, o tio que chama a todos ao petisco, os pais, os filhos, os sobrinhos, os afilhados e todo aquele mundo que se fora dispersando pelos lugares ainda vagos da mesa.
Já na noite cantam os grilos, conversam os homens, as crianças dormitam, as brincadeiras descansam e esperam pelo novo dia e as mulheres entreajudam-se arrumando a cozinha e pensando já nos afazeres do novo dia que se avizinha.
Quando a cavalaria se afasta ao colo dos progenitores e o silêncio cai sobre cada grão de terra de todo aquele espaço eu regresso ao passado desse futuro que ali vivo. E sorrio. A terra despida, para mim, só ganha vida na poeira dos duelos ao sol da tarde. E só assim é fértil de futuro.
Thursday, July 09, 2009
Um Bb é como um xanax talvez...
Wednesday, July 08, 2009
Tuesday, July 07, 2009
Sim, Carrie, nem sempre o Pai Natal existe
Sim, Carrie, hoje era um bom dia para recolher numa maleta dúzia e meia de coisas e fugir. Apanhar esse comboio por um paraíso qualquer encolhida na protecção de quem se quer ao nosso lado. A Natureza como cenário perfeito, o toque que se deseja como sensação.
Era deixar para trás as listas infindáveis onde parece que ficamos quase para último, onde nos sentimos deslocados da vocação numa realização que se faz feliz por outros meios quando, de repente, nessa constatação, nos passa pela cabeça a sensação de que são os progenitores quem nos afasta da sala e o abraço de uns pais inesperados (e inesperadamente maravilhosos desde o primeiro milésimo de segundo) quem nos recupera à vida.
Era deixar para trás as pautas com as músicas das notas daqueles que acreditaram em nós quando por vezes só nós parecemos acreditar neles.
Era deixar para trás a escolha do ouro quando se deseja prata pela possibilidade de uma réstia que nem sabemos descrever.
Era deixar para trás as pilhas burocráticas que a vida nos coloca na frente e as deadlines atrevidas que nos desconfortam.
Sim, Carrie, hoje era um bom dia para mesmo sem maleta fugir. Apanhar esse comboio por um paraíso qualquer encolhida na protecção de quem se quer ao nosso lado. A Natureza como cenário perfeito, o toque que se deseja como sensação.
Sunday, July 05, 2009
Samantha nas Bahamas
Sigo as linhas escritas por Samantha como todas as outras linhas escritas naquela página. Conta da viagem às Bahamas, da entrevista a Shakira, da simpatia da cantora e de um comportamento de pessoa comum. Lembro-me de outras palavras trocadas com a T que me diz ainda conseguir encontrar algum sossego de flashes quando na Europa e, como em tempos, que as compras quotidianas para a casa são feitas pela madrugada de óculos de sol e de boné para que não a façam passar à frente na fila, lhe carreguem as compras, lhe peçam autógrafos ou mais uma e outra fotografia em três pixeis num telemóvel.
Na verdade, acho que nunca consigo perceber muito bem como se pode tentar ter uma vida comum quando somos seguidos como guiões teatrais e quando o mundo não se estende para que possamos ir fugindo por ele. Ainda bem que a T continua a fazer as compras para a casa e a cozinhar e a fazer camas e, talvez, a estender e a passar a roupa a ferro. Ainda bem que a Shakira partilha de bom grado o pó da cara e tenta falar em português e tira fotografias para a posteridade... Há que ser feliz. Sempre à nossa maneira.
O que sabem as mulheres felizes
Há quem diga que são seis as armadilhas que comprometem a nossa felicidade: perfeccionismo, desejos extravagantes, querer sempre agradar os outros, a vingança, o pensar que nada somos sem alguém e a obsessão pela carreira. Bem, a editora é a Estrela Polar... Há-de haver alguma orientação nisto, não?
Thursday, July 02, 2009
Em dois dias com um de intervalo
Descreveram-me um parto. Acreditem, isto não é coisa que se descreva a mulheres. Mostraram-me cenas de um parto. Acreditem, realmente, que isto não é coisa que se mostre a mulheres. Não mulheres em idade fértil. Não mulheres que pensam ter filhos. Não mulheres assim como eu que tremem só de pensar, neste momento, em agulha e linha e pontos.
Wednesday, July 01, 2009
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