Eu não sei como os dias se entrelaçam uns nos outros. Nem sei como as pessoas se cruzam entre elas. Não sei como em encontros e desencontros o tempo se consome. Às vezes eu sei que não sei nada de nada. Muitas vezes nem me importo. Algumas vezes preocupo-me. Chego até a sentir vergonha por vezes.
Mas este não saber inocentemente não inocente foca-me a vida e leva-me a vivê-la. Primeiro, fez-me correr atrás dos dias e a perseguir as noites; depois, fez-me saber que afinal nada nos foge, nem mesmo quando o queremos, e que tudo fica ali bem pertinho e à mão de semear. Às vezes só não sei como semear esse quê. Também não me pergunto. Não me atrevo a perguntar. Nem a mim nem a ninguém.
Em tempos eu também achava que sabia o que eram saudades. Hoje tenho certeza disso. Mesmo não sabendo como os dias se entrelaçam uns nos outros ou como as pessoas se cruzam entre si. E as saudades semearam-se não à mão de semear mas bem aqui dentro onde vivem.
Por isso, descruzei os braços esquecidos junto ao peito como se o acalentando e escrevi este desabafo ao lembrar-me de ti.
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