Tuesday, July 28, 2009

Estas coisas das coisas

Eu não sei como os dias se entrelaçam uns nos outros. Nem sei como as pessoas se cruzam entre elas. Não sei como em encontros e desencontros o tempo se consome. Às vezes eu sei que não sei nada de nada. Muitas vezes nem me importo. Algumas vezes preocupo-me. Chego até a sentir vergonha por vezes.
Mas este não saber inocentemente não inocente foca-me a vida e leva-me a vivê-la. Primeiro, fez-me correr atrás dos dias e a perseguir as noites; depois, fez-me saber que afinal nada nos foge, nem mesmo quando o queremos, e que tudo fica ali bem pertinho e à mão de semear. Às vezes só não sei como semear esse quê. Também não me pergunto. Não me atrevo a perguntar. Nem a mim nem a ninguém.
Em tempos eu também achava que sabia o que eram saudades. Hoje tenho certeza disso. Mesmo não sabendo como os dias se entrelaçam uns nos outros ou como as pessoas se cruzam entre si. E as saudades semearam-se não à mão de semear mas bem aqui dentro onde vivem.
Por isso, descruzei os braços esquecidos junto ao peito como se o acalentando e escrevi este desabafo ao lembrar-me de ti.

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