Saturday, June 17, 2006

A cadeira vazia da Educação


Este excerto foi mesmo publicado no já falado Correio da Educação a 5 de Junho. Achei-o também curioso. Agora vós, meus livres pensadores, pensai o que quiserdes :o)
Eu penso também mas não digo. É a democracia... :o)

“Durante estas quase duas horas não pude deixar de olhar a cadeira vazia destinada à nossa educação. Estou habituado a ter presente a pessoa que julgo, a falar com ela, e nessa interacção, a captar muitas coisas que a racionalidade não explica: enfim a fazer o retrato dessa pessoa.
Defeito profissional, ao ouvir os ilustres intervenientes, do seu relato tentei fazer o retrato da senhora. Desfilaram matizes, cores com marcada subjectividade, outras cores mais neutras, mas não menos subjectivas. O contraditório decorreu com brilho e profundidade. O público foi vivo, não tivemos figurantes.
[...] Finda a sessão, confesso o meu fracasso: não lhe descobri sequer a idade, talvez não seja jovem, mas descortinei [...], no escaninho dos intervenientes, de todos os intervenientes, desde um fogo que ainda arde a uma réstia de paixão pela senhora. [...]
Liminarmente importa lembrar algo que, de tão evidente, por vezes escapa: à educação, ao sistema educativo, às escolas e aos professores pede-se resposta para uma panóplia de problemas que não lhes cabe resolver.
[...] Existindo conflito depende de nós, de toda a sociedade, estado, professores, alunos, pais/educadores, agentes económicos, etc. que o mesmo seja construtivo ou destrutivo.
[...] Em conclusão, nem nacional-porreirismo nem pessimismo, a crise é uma oportunidade para mudar de paradigma, saltar para o patamar da qualidade. Para vosso bem e bem de todos, estão condenados a entenderem-se, a lutar e a fazer uma escola melhor. E como nessa tarefa também não é solução ficar à espera de Godot, terão (teremos) que descalçar a bota: amanhã é o primeiro dia do resto das vossas vidas, em que estou certo que irão lutar e sonhar por uma escola melhor.”

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