Friday, November 13, 2009

Este é o texto do saber do Bernardo

Falo-lhes tanto de Pessoa. Falo-lhes de pessoas na realidade. Lembro-os que o são. Por vezes parecem(-me) tão esquecidos... E depois, por vezes, recebem-me em palavras que me surpreendem, que se tornam tão inesperadas quanto o sol que me bate nos olhos e não chega sequer a perturbar no calor de um mimo a quem nos quer e queremos bem (é nesses momentos que vemos tão melhor!!).
Do alto dos seus vinte anos tenho poemas do I para a miúda que ama, daqueles que escreve com alma e coração e me pede que corrija para não passar vergonha; outros não teriam vergonha das palavras mal escritas, mas do poema que as coisas do coração lhe escrevem. Do alto dos seus quase vinte anos tenho do J a sabedoria de uma adolescência requintada de descobertas e de certezas que só os adultos se atrevem a questionar - eu não devo sê-lo na verdade porque não o questiono; limito-me a ouvir. Do alto dos seus menos de vinte anos escreve o B para que eu corrija sobre o Sol, o Sonho e a Razão... E eu corrijo apenas a ortografia por nada mais haver talvez a corrigir. Como disse Pessoa, "Sentir? Sinta quem lê!". Como eu o sinto! Ai, como eu o sinto!
"Todas as pessoas têm hipóteses. Hipótese de dizer mamã ou papá quando aprendem a falar. Têm a hipótese de escolher o amigo x para a equipa do que quer que seja. Têm a hipótese de escolher o curso para que vão ou mesmo o carro que desejam comprar.
Mas será que toda a gente possui a hipótese de ter Amor na sua vida? Aquele amor que nos liga aos outros, aos bens pessoais ou mesmo a nós próprios? Há quem não acredite em Amor (...). Mas será que é mesmo assim ou somos nós que simplesmente não lhe damos uma hipótese? Somos nós que não damos a hipótese a certa pessoa do beijo que ela merece e que nós tanto anseamos dar. Somos nós que inventamos demasiadas complicações para evitarmos estar com as pessoas de quem gostamos e que gostam de nós. Somos nós que guardamos demasiada preguiça para tentar alcançar os sonhos que temos ou algo que queiramos. Somos assim... Somos assim porque temos medo. Medo de sofrer, de amar e não ser correspondido, de querer beijar e não ser beijado ou mesmo de tentar alcançar algo e não conseguir. Medo de uma sociedade fria e escura que nos contagia até aos ossos.
Porque não existe um sol? Todas as pessoas merecem o seu sol. (...) Claro que, muitas vezes, existem dificuldades ou mesmo precalços, mas a vida é mesmo assim. (...) Apenas quando lutamos e desejamos realmente algo ou alguém é que esse algo ou alguém se torna realmente nosso e ficará connosco para sempre.Por isso chega de conversa, acabem de ler e vão procurar o vosso sol. Dêem-lhe uma hipótese. Porque eu já encontrei o meu."

1 comment:

Matrioska said...

Se eu pudesse dava-te metade do meu...
Beijinhos, minha linda e muitos raios do sol da minha amizade por ti! e da minha lua e das minhas estrelas, sempre a alumiarem o teu caminho