Monday, August 31, 2009

I cross my heart and promise you will be...

Abrindo as asas...

Uma só vida parece pouco...

"Uma única vida é pouco. O rosto é demasiado rápido a mudar nas fotografias. As crianças imaginam tantas coisas acerca do mundo e, mais tarde, percebem que não conseguiram imaginar aquilo que era mais importante.
(...) Uma única vida é pouco. Para se fazer aquilo que se sabe e se pode e se quer e se deve fazer é preciso deixar muitas outras coisas para trás. Essa é a conclusão a que se chega logo no fim da adolescência."
- José Luís Peixoto

O pincel azul aterrou aqui

Sou loura pela primeira vez. Deveria dizer pela segunda já que quando a carecada com que nasci se semeou o fez de tons de oiro. Mas aqui nada se coloriu. A dizer, que se diga antes que perdeu a cor. A verdade é que mal me consigo olhar no espelho e, quando arrisco fazê-lo num momento quase de loucura, não me encontro porque quem vejo não devo ser eu. Há cortes que nos cortam mais que imaginamos. A esperança que fica é que quem gosta de nós goste da mesma forma. Só isso vale. Só isso conta.

Friday, August 28, 2009

Quem fala assim não é gago

"For me, personally... To act with my clothes on is a performance; to act with my clothes off is a documentary." - Julia Roberts

Monday, August 24, 2009

Quem não tem cão trata de gata

O meu vizinho do andar de baixo tem uma gata. A gata do meu vizinho do andar de baixo encontrou, entretanto, o gato da sua vida e rapidamente o prédio se brindou com três gatinhos. Quando demos conta tínhamos o mundo dos gatos a viver mesmo por baixo do nosso.
O meu vizinho do andar de baixo tem uma gata que com o gato da sua vida - ou um deles que isto com as gatas nunca se sabe muito bem... - teve três gatinhos. Mas o meu vizinho do andar de baixo tem também férias e as férias do meu vizinho são só dele. Hoje mais uma vez fui alimentar o mundo dos gatos do meu vizinho. Uma lata por cabeça num miar impressionante de agradecimento num roça-roça infindável nas minhas jeans que de lavadas foram dar banho às pulgas no tanque mais próximo.
O meu vizinho do andar de baixo tem uma gata. E eu, temporariamente, tenho uma gata-dependente-de-mim.

Saturday, August 22, 2009

Pinho-mel

Sento-me numa cadeira que não é minha; apenas igual àquela que me preenche o possessivo. Sento-me a uma secretária que não reconheço, despida como se nua de outras horas passadas, de barriga quase encostada ao som do teclar dos dedos nas palavras que se deixam construir pelo rasgar de pensamentos. Engano o tempo ou, talvez, me deixe assim enganar por ele. Há tantas coisas que nunca percebemos! Que faço eu numa secretária que não é minha, mas que se despe perante mim para me receber? Que faço eu numa secretária onde não vou colocar nada que seja Eu se não mesmo a minha pessoa, vestida pelo tempo que arrasta o tempo quando os pensamentos se embranquecem de ideias?
Eu pensava sentar-me aqui e neste desconforto do desconhecimento possibilitar-me conhecer, rascunhar qualquer coisa, elogiar a eloquência, talvez pensar vagamente na direcção mais certa. Limito-me a estar sentada. Limito-me a descer e a subir a altura da cadeira como se isso de alguma forma me enormizasse. Mas não... Nem a mente. Nem o espírito. Só mesmo o corpo. Este que aqui fica vestido pelo tempo na cauda que vai deixando no seu arrastar.

Hmmm... II

Sonhar. E às vezes sonhar é poder sonhar verdadeiramente.
Às vezes sonhar verdadeiramente é poder ser feliz.

Friday, August 21, 2009

Hmmm...

Perguntaram-me esta manhã quais são as minhas favorite things. (estou pensando!!!!)

Tuesday, August 18, 2009

Movimento Perpétuo Associativo

Em Abril a revista The Economist recomendava a Portugal investimento na mão-de-obra. Ao ler estas palavras, sorrio e lembro-me da grande voz da Ana Bacalhau cantando a canção mais intemporalmente portuguesa...

Porque não há duas sem três - outra sugestão de leitura



Um inquérito patrocinado pelo New York Times há cerca de três anos considerou esta obra de 1987 como sendo a melhor obra literária dos últimos 25 anos. A autora, que se disse ao jeito de Woolf como "uma escritora mulher e negra", venceu os Prémios Nobel e Pulitzer, entre outros dos mais prestigiados prémios literários. Beloved é o primeiro de uma triologia que se completa em 1992 com Jazz e em 1999 com Paradise.

A Guerra da Secessão americana como em E Tudo o Vento Levou de Mitchell numa perspectiva que dá prazer e estômago descobrir.

O que fazemos e como o fazemos é réstia da Antiguidade Clássica?

Dizem ser o livro do ano de 2009

Sunday, August 16, 2009

No país dos Agostinhos

Agosto é mês de férias; aquelas férias que eu não gozo por vários motivos. Agosto é mês de havaianas às bolas; aquelas que eu não calço por vários motivos. Agosto é mês de sestas; aquelas que eu não durmo por vários motivos. Agosto é mês de bares; aqueles que eu não frequento por vários motivos. Perguntam-me vocês que Agosto é então o meu? Sei-o eu e de nada me queixo, acreditem. Em quinze dias os Agostinhos voltam cabisbaixos ao trabalho e eu, voltando, é com a leveza de Agosto - aquela que nem sempre se sente por vários motivos - num Setembro que dizem que vai ser de cheiro a verão.

Thursday, August 13, 2009

Paris também tem este encanto

Sempre o imaginei como um Pai Natal. Não pelo preto das roupas pela perda ofegante de uma das vidas que gerou. Pelas barbas. As mesmas barbas que há anos espero que cresçam um pouco mais e se tinjam de branco. A idade justificá-lo-ia. Não é velho. Não como o verdadeiro São Nicolau. Mas tem uma idade simpática para a neve ir cobrindo o rosto.
Ainda hoje e do alto da minha idade o vejo como um Pai Natal. Não pelo preto das roupas. Também não apenas pelas barbas que afinal nem são brancas. Talvez pela barriga. Nem preciso de fechar os olhos para imaginar os seus netos a dormitarem sobre ela, aconchegados no carinho.
Acho que é por isso que sempre o imaginei como um Pai Natal. Não pelo preto das roupas. Também não apenas pelas barbas que afinal nem são brancas. Talvez pela barriga. Essencialmente pela sonoridade do seu sorriso, pelo brilho generoso do seu olhar, pela festa na sua voz, pelo seu coração gigante e educado. Sempre o imaginei como um Pai Natal. O meu primo R.

Wednesday, August 12, 2009

A ciência quando é estranha

«Uma pesquisa da Universidade de Duke, da cidade de Durham, no Estados Unidos da América, indica que um homem de Neandertal pode ter sido morto por humanos modernos num confronto ocorrido há mais de 50 mil anos.
O estudo dá pistas de que os humanos modernos podem ter contribuído para o desaparecimento dos neandertais.
Os investigadores analisaram o esqueleto de um neandertal chamado Shanidar 3, um dos nove neandertais descobertos entre 1953 e 1960 numa caverna no nordeste do Iraque. Shanidar 3 foi morto entre 50 mil e 75 mil anos atrás quando tinha entre 40 a 50 anos de idade.
No esqueleto foi identificado um ferimento profundo que atingiu uma das costelas no lado esquerdo. Segundo os cientistas, este ferimento pode ter sido causado por uma lança usada pelos humanos modernos, mas não por homens de Neandertal.
"O que temos é um ferimento na costela com uma série de possíveis explicações", afirmou Steven Churchill, professor associado de antropologia evolucionária na Universidade de Duke, citado pela BBC., acrescentando que “não estamos a sugerir que aconteceu um ataque relâmpago, com humanos modernos a marchar pela terra e executando homens de Neandertal".
"Acreditamos que a melhor explicação para este ferimento reside na utilização de uma arma que pode ser lançada e, levando em conta os que a tinham e os que não tinham, isto implica em pelo menos um acto de agressão entre as espécies".
Na pesquisa, Churchill e os seus colegas usaram um arco e flecha especialmente calibrados, cópias de antigas pontas de lança feitas de pedra e várias carcaças de animais para chegar a esta conclusão.
O estudo foi divulgado pela publicação científica Journal of Human Evolution.
A investigação não conclui, no entanto, de forma definitiva quem foi o responsável pela morte de Shanidar 3 ou qual foi a razão.»
fonte: msn

A ciência

«Descoberto processo imunitário que pode ajudar no tratamento de várias doenças
Cientistas argentinos descobriram o mecanismo que interrompe o sistema imunitário humano, o que poderá ser a base para o desenvolvimento de tratamentos contra o cancro, diabetes e esclerose múltipla.
O grupo de investigadores, liderado por Gabriel Rabinovich, encontrou "as engrenagens moleculares" que fazem com que o sistema imunitário seja desactivado e permita, por exemplo, a expansão de células cancerígenas, afirmou um comunicado do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet) argentino, citado pela agência Efe.
A descoberta é fundamental para o desenvolvimento de terapêuticas contra tumores ou doenças como a esclerose múltipla, a artrite ou a diabetes, entre outras, que surgem quando o sistema imunitário age sem necessidade e ataca os próprios tecidos, explicaram os pesquisadores.
"Este circuito capaz de silenciar o sistema de defesa é conhecido como 'tolerância imunitária’. Esta indução de tolerância tem uma importância-chave para evitar o desenvolvimento de doenças auto-imunes e de promover a aceitação de transplantes", afirmou o Conicet.
O trabalho, publicado pela revista científica britânica "Nature Inmunology", começou em 2003 através de testes realizados com células humanas e ratos. »
fonte: msn

Friday, August 07, 2009

Como alguém disse...

A saudade é o amor que fica.

Tagliatelli como fuga ao habitual

Tagliatelli com molho de manjericão e camarão. O almoço. Alourados os quatro dentes de alho no azeite, juntam-se os 400 gramas de tomate triturado. À parte, cortam-se de forma grosseira cerca de 50 a 100 gramas de pinhões e deixam-se tostar salteando. Juntam-se os pinhões ao molho de tomate e um pouco de manjericão picado. A massa? Essa coze-se à parte e quando no ponto escorre-se para uma taça. Deita-se então o molho por cima ainda quente. Depois é juntar os camarões à vontade de cada um (cozidos e com ou já sem casca). Bom apetite!

Monday, August 03, 2009

Férias 0 - Catarina 1

Não me perguntem por férias. Eu não tenho férias. Tenho uma vida por construir. Bloco a bloco, traço a traço, nas misturas do cimento que se espera pouco aguado. Às vezes, parece faltar tempo de espera para deixar solidificar e o risco de tentar mais é sempre um risco de traço denso. Mas não me perguntem por férias. Tenho uma vida para construir. Nem sonho com ela. Mas partilho-a. Partilho com quem quiser partilhá-la e estiver disposto a esperar que o cimento seque. Não me perguntem por férias. Tenho uma vida por viver. Não tenho dias; tenho segundos, minutos, horas que passam a escorrer entre os dedos da mão em partilha com os entre dedos dos pés com a areia fina de lugar nenhum. Não me perguntem por férias. Tenho toda uma vida para viver. E as férias desta alguma vez têm de (finalmente) acabar...