Uma comunicação a apresentar possivelmente dentro de meses no Canadá despertou-me. Não são muitas as alturas em que recordo aquele país, aquelas gentes tão diferentes, aqueles aromas desiguais, os esquilos que correm e as pessoas que pelas ruas andam num mesmo andamento. Das imagens que mais tenho marcadas na memória é a da loja de decorações natalícias que está aberta durante todo o ano no centro de Montreal. Nem sempre penso nisso, mas sempre que vejo uma casa bem decorada para a Época lembro-me do cheiro a azevinho e quase sinto tilintar nas minhas orelhas os sinos que badalam suave e alegremente quando se entra naquele espaço quase celestial. Não tenho cidade preferida, mas Montreal de alguma forma me diz mais que as outras daquele território. Talvez pelo velho porto e os barcos que navegam pelo Saint Lawrence, a Notre Dame e a sua luz aveludada, os restaurantes da Place Jacques Cartier ou as lojas da rue Saint Paul, a comida grega ao lado do Bonanza ou até pelo Sam que a refilar lá ía atravessando com a limosine a cidade como eu lhe pedia a cada saída sem destino. Lembro-me também da universidade, da camisola que de lá trouxe e que ainda hoje visto e das conversas imperceptíveis dos estudantes nos corredores que se silenciavam no passo da entrada da biblioteca recheada de livros. E lembro bem a bandeira da província, da asteada às quatro estações por onde passava quando me ía deliciar à Dairy Queen e da que trouxe presa na mão quando embarquei no gigante da TAP.
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