Thursday, April 16, 2009

A vulgaridade de garanhão

Todos os dias passo pela mesma banca e da mesma banca me sirvo. O senhor conhece-me há anos e não mais que "bom dia!" ou "como está?" me diz. Uma vez por outra lá falamos do tempo, da corrida diária de quem faz pela vida, de um ou outro espectáculo muito comentado. Trivialidades. Hoje saí um pouco da rotina e dei por mim - cruelmente eu diria - a trair a minha fidelidade pela banca do senhor. Espreitei uma outra. Umas quantas avenidas mais perto de mim nesta manhã. E levei a traição até ao fim ao comprar uma revista. Peço para tirar a revista, tiro da mala a carteira do dinheiro e estendo delicada e educadamente uma nota para pagar a revista escolhida. Por entre dentes diz-me o vendedor "presumo que queira o troco". Mostrando-lhe bem os dentes respondi eu "presumo que queira vender a revista". Não há gente mesmo vulgar?

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