Se em Lisboa tenho um Zé Cabra no parapeito, aqui no campo onde me resguardo aos fins de semana acordo com a justiça de um melhor cantar, de um que seja real, de um que provenha da garganta afinada de um passarito qualquer que em coro se mostra verdadeiramente livre. As cigarras vestem as saias curtas e embelezam os olhos com sombras de noite e fazem os coros no concerto especial matutino. E se em Lisboa o cheiro a queimado é sinal da desgraça de alguém, aqui até o seu crepitar sugere apenas a queimada primaveril que fecha o festival de podas no início da nova estação.
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