Sábado. 13 de Outubro. Teatro Virgínia. Torres Novas.
2 comments:
Anonymous
said...
Devia estar a estudar mas estou cansada. Apetece-me escrever, escrever, escrever... sobre tudo e sobre nada. Escrever. Ser livre entre as letras e as palavras, ser livre entre cada espaçamento, entre cada ideia. Escrever e sair por instantes de mais um dia que vai ser igual a tantos outros. Mas pelo menos neste momento não vai ser igual. A monotonia quebra-se com os pensamentos e com a escrita quando ainda não se tem muita força para a quebrar de outra maneira. A monotonia angustia e esmaga cada pedaço. Por isso é bom escrever.
É bom sairmos de nós próprios quando o medo nos leva a pôr uma máscara entre nós e o mundo. Não uma máscara banal. Uma máscara que nos esconde de nós próprios quando somos demasiado fracos. A pequenez do ser humano, talvez. Ou talvez a única forma possível de suportar certas angústias. Não sei.
Tenho vontade de pegar na minha máquina fotográfica e de ir por aí fora de mochila às costas. Sem rumo. Sentir a natureza, sentir o cheiro puro de um local calmo, sentir o peso de uma tele-objectiva nas minhas mãos, sentir a textura das lentes, sentir uma maneira diferente (e genuína) de olhar a realidade sem máscara. Só eu, a máquina e o mundo. O meu olho focado naquele instante que está ali mesmo à minha frente e que pára para que eu o observe com calma e para que o registe. Não é tanto o registar, como acontece com muitas pessoas. O que me fascina na fotografia é o sentir. É o sentir um momento que parece fugir de nós num quotidiano onde a pressa nos impede de o ver. "No dia em que fiquei cego decidi ser fotógrafo". É essa cegueira, talvez, que me puxa para a fotografia. É a cegueira provocada pela pressa que pauta cada instante do dia-a-dia. É a cegueira provocada por uma luz corrompida por outros que nos impõem um caminho. É a cegueira originada por um simples olhar desesperado no espelho que reflecte cada imperfeição. É a cegueira provocada por um mundo demasiado egoísta. É a cegueira provocada pela solidão e por um medo assustador do vazio que se instala em cada esquina de um dia eterno. É a cegueira provocada pela angústia de não conseguirmos ser nós.
E é a capacidade de VER que eu quero. Ver e sentir... sem máscaras, sem lágrimas, sem medo, sem vergonha de mim própria, sem pensar na palavra ou no gesto certos que na verdade não servem de nada, sem pensar no bom que seria "se..." Ver e sentir que vale a pena transformar esse "se" em "consegui". Ver e sentir um calor emitido por um corpo amigo próximo que está ali naquele momento. Ver e sentir no silêncio aquilo que as palavras não mostram. Ver e sentir... Só isso.
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Devia estar a estudar mas estou cansada. Apetece-me escrever, escrever, escrever... sobre tudo e sobre nada. Escrever. Ser livre entre as letras e as palavras, ser livre entre cada espaçamento, entre cada ideia. Escrever e sair por instantes de mais um dia que vai ser igual a tantos outros. Mas pelo menos neste momento não vai ser igual. A monotonia quebra-se com os pensamentos e com a escrita quando ainda não se tem muita força para a quebrar de outra maneira. A monotonia angustia e esmaga cada pedaço. Por isso é bom escrever.
É bom sairmos de nós próprios quando o medo nos leva a pôr uma máscara entre nós e o mundo. Não uma máscara banal. Uma máscara que nos esconde de nós próprios quando somos demasiado fracos. A pequenez do ser humano, talvez. Ou talvez a única forma possível de suportar certas angústias. Não sei.
Tenho vontade de pegar na minha máquina fotográfica e de ir por aí fora de mochila às costas. Sem rumo. Sentir a natureza, sentir o cheiro puro de um local calmo, sentir o peso de uma tele-objectiva nas minhas mãos, sentir a textura das lentes, sentir uma maneira diferente (e genuína) de olhar a realidade sem máscara. Só eu, a máquina e o mundo. O meu olho focado naquele instante que está ali mesmo à minha frente e que pára para que eu o observe com calma e para que o registe. Não é tanto o registar, como acontece com muitas pessoas. O que me fascina na fotografia é o sentir. É o sentir um momento que parece fugir de nós num quotidiano onde a pressa nos impede de o ver.
"No dia em que fiquei cego decidi ser fotógrafo". É essa cegueira, talvez, que me puxa para a fotografia. É a cegueira provocada pela pressa que pauta cada instante do dia-a-dia. É a cegueira provocada por uma luz corrompida por outros que nos impõem um caminho. É a cegueira originada por um simples olhar desesperado no espelho que reflecte cada imperfeição. É a cegueira provocada por um mundo demasiado egoísta. É a cegueira provocada pela solidão e por um medo assustador do vazio que se instala em cada esquina de um dia eterno. É a cegueira provocada pela angústia de não conseguirmos ser nós.
E é a capacidade de VER que eu quero. Ver e sentir... sem máscaras, sem lágrimas, sem medo, sem vergonha de mim própria, sem pensar na palavra ou no gesto certos que na verdade não servem de nada, sem pensar no bom que seria "se..."
Ver e sentir que vale a pena transformar esse "se" em "consegui". Ver e sentir um calor emitido por um corpo amigo próximo que está ali naquele momento. Ver e sentir no silêncio aquilo que as palavras não mostram. Ver e sentir... Só isso.
A Manela é a maior LOL
Grande banda sim senhora!
beijinhos
Ana Filipa
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