Tuesday, July 03, 2007

É coisa de rapaz ou rapariga?

Esta coprodução de 2006 entre o Reino Unido e o Canadá apresenta-se como a história de dois vizinhos que vivem num mundo distante. Na verdade, este filme de Nick Hurran, numa mescla de realidade e fantasia, apenas agarrará no que de mais espontâneo a vida tem - a identidade, fazendo-o de uma forma tão leve quanto o desenrolar da acção. Se se tratasse de um livro, seria de uma fácil e agradável leitura a ser feita quase na diagonal na maioria das páginas e com a garantia de conseguir compreender o final de tão esperado que é.

Nich Hurran junta Kevin Zegers e Samaire Armstrong na pele de Woody e Nell, dois conhecidos que vivem lado a lado e que parecem mais distantes um do outro que o planeta Terra do sol. Woody será o típico jogador de futebol americano que namora a chefe de claque e Nell a marrona de serviço que ambiciona entrar em Yale. Mas é Woody quem na verdade acaba por conseguir Yale e Nell quem conduz a equipa à vitória no que será o jogo mais importante da época. E tudo apenas por acreditarem que tal será possível quando outra hipótese não têm ao estarem "fisicamente trocados".


Mas haverá na verdade muito mais no filme do que uma história simples. Haverá mesmo a lição de que a sociedade impõe o que aparenta e que as aparências nem sempre são aquilo a que nos impomos. Não será assim apenas coisa de rapaz ou de rapariga. Ultrapassa a questão de género. Esta "coisa" será de rapaz e de rapariga, da família de cada um, da vida de todos, da Humanidade. É por isso que será coisa de rapaz e de rapariga, porque é (ainda) coisa do século XXI. Como será sempre, enquanto rapazes e raparigas existirem. Como será sempre enquanto a(s) diferença(s) existir(em). Afinal, as meninas não vestem apenas rosa e os meninos podem ser bem mais do que a cor azul.

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