“Ao ver a histeria associada à exposição de Amadeo de Souza-Cardoso na Gulbenkian só me consigo lembrar da absurda especulação dos recentes concertos dos U2. O telejornal diz que aquilo está a abarrotar de gente e isso é suficiente para toda a gente ir lá abarrotar aquilo. É uma bocado como a Lili Caneças que «vai a festas por ser famosa por ir a festas». É o mundo pós-Big-Brother. Ao mesmo tempo, a exposição de Álvaro Lapa que está no Museu da Cidade é grátis, é fantástica, não se tem de esperar 2 horas para entrar e está às moscas. Diria que já nem se trata do poder do marketing como anos 90 mas sim uma espécie de desespero colectivo, um convencionar espontâneo e consensual de valor num qualquer sítio arbitrário. Parece que, já que hoje tudo é banal, agora arranjamos estes estratagemas inconscientes para inventar coisas importantes e assim vibrar um bocado e ter algo sobre que conversar. Talvez Baudrillard explique. Alguém me aconselha um livro dele em particular? A ver se nos entendo.”
Passo a vida a dar-te razão, Nuno… Mesmo a dar-te razão.
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