"E desenrolo o tempo como se o sentisse a desembrulhar-se nas minhas palmas esbranquiçadas. Isto será a origem de tudo. Penso nisso. Isso será mesmo a origem de tudo.Na parede a luz pinta-me na cor da cal e nem a mim mesma consigo dizer uma palavra. É como se não me ouvisse, como se nada fosse audível. Afinal, da mudez do estar-se só não se ouvem palavras. Não há quem nos as diga. Aquelas que dizemos nada nos dizem de novo pois só nos repetem a nós mesmos."
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1 comment:
"Deito-me por cima do sofá de lona, com a cabeça afundada no assento e olho para o tecto. Percorro aquelas planícies e sigo as trilhas das frestas que se abrem timidamente... sinto o cheiro da tinta na minha mente e o calor da luz que ricocheteia das superfícies lascadas das paredes de madeira, forradas com papel de parede verde com motivos brancos - tudo já gasto pelo tempo e pelo sol. Os sons abafados já nem me incomodam neste passeio estranho pela divisão que criei na minha mente... Afinal não é preciso que alguém me dirija palavras. Afinal, o teu silêncio diz muito mais, muito melhor. E adormeço a sorrir nesta divisão acolhedoramente estranha."
Abraços amiga ;)
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